segunda-feira, 24 de março de 2008

Afinal, os ingleses têm os mesmos pais problemáticos!

Os jornais ingleses The Guardian e The Daily Telegraph publicaram, no Sábado passado, as conclusões de um estudo encomendado pelo National Union of Teachers (Sindicato Nacional de Professores), muito a propósito de um dos nossos maiores problemas em muitas (para não dizer todas!) das nossas escolas: a relação entre o bullying e pais indulgentes.
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Eis as conclusões do estudo (via ramiromarques):

«O mau comportamento nas escolas é alimentado por pais "super indulgentes" que não sabem dizer não aos seus filhos, de acordo com os estudos. Os professores estão a lidar com um "pequeno mas significativo" número de alunos que fazem birras na aula quando a sua vontade não é satisfeita, ficam exaustos porque se deitam tarde e têm pais "beligerantes" que tomam o partido dos filhos contra os professores. "Estes pais, eles próprios sob pressão social e muitas vezes incapazes de lidar com o comportamento dos filhos, podem ser muito agressivos, por vezes recorrem à violência para proteger os interesses dos filhos." Os professores descreveram pais "altamente permissivos que permitem tudo para não se aborrecerem e que não recorrem a sanções ou incentivos."»

Como há muito se sabia já, na origem de muitos comportamentos desajustados de muitas crianças (inocentes, naturalmente) encontra-se uma enorme, preocupante e devastadora incapacidade de educar protagonizada pelos pais. Até os ingleses têm problemas com... os pais! A diferença é que já identificaram uma das (senão a principal) origens do problema!

É claro que este é um problema sério e que requer atenção por parte do ME. Infelizmente, apenas a teimosia arrogante e irresponsável do ME impede de ver como o actual Estatuto do Aluno só vem engrossar o problema e não é, evidentemente, solução para coisa nenhuma (a não ser para as estatísticas, claro!). Para ser parte da solução deveria, naturalmente (e penso que já muita gente percebeu isso, menos os responsáveis ministeriais), ser menos permissivo e perver efectivas sanções para os casos em que elas sejam necessárias. Mas o problema não se resolve apenas com outro estatuto para o aluno. Urge enfrentar o problema com medidas sistemáticas de esclarecimento, dissuasão e, em limite, sanção de comportamentos claramente irresponsáveis por parte de alguns pais e encarregados de educação.

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