A tese dos SEs Jorge Pedreira e Valter Lemos é a de que esta greve dos professores não faz sentido, porquanto está agendado um processo negocial e, portanto, o diálogo é muito melhor que a greve. A estratégia continua a ser intoxicar a opinião pública portuguesa no sentido de criar a falsa ideia de que os professores são (todos!) uns imbecis, que não querem é trabalhar e que, agora, até andam todos contentes a brincar às greves e manifestações, pelas quais não têm quaisquer boas razões!
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Mas o argumento de Jorge Pedreira é fácil de refutar. É verdade que está agengado um processo negocial. Mas é verdade também que o próprio ME já arredou unilateralmente das negociações e, portanto, do tão querido diálogo, uma das reivindicações dos professores -- o sistema de avaliação. Além disso, quem actua de forma subterrânea, intoxicando a opinião pública, batendo o pé, jogando com ressentimentos básicos de uma opinião pública ainda não suficientemente bem informada, tentando levar por diante, teimosamente e a todo o custo, uma decisão política, ao invés de recorrer ao bom senso de aceitar um erro, não tem, porque não pode ter, a confiança de pessoas profundamente preocupadas com o caos vergonhoso em que este ME colocou as escolas e a educação em Portugal e o inacreditável estado de indignidade pública a que atirou os mestres-escola. E depois o Estatuto da Carreira Docente, quiçá, também pudesse ser melhor, não havendo qualquer vantagem organizacional, pedagógica ou outra (a não ser estrita e irresponsavelmente economicista) em cindir a carreira em duas e em avaliar e classificar sob o artificialismo das quotas. Mas quem é que acredita nas boas intenções negociais ou dialogantes deste governo e deste ME? É para todos claro que o governo está unicamente preocupado, neste momento, com a sua sobrevivência política, já que em Portugal seria um crime hediondo se os políticos... se enganassem!
Sobejam, pois, razões para, mais uma vez (!), pressionar o governo a admitir que talvez se tenha enganado e que é imperioso acabar com esta vergonhosa "fantochada", a que a sra. dra. Maria de Lurdes Rodrigues, bem acolchoada pelo omnisciente e omnipotente eng. José Sócrates, teimam em chamar avaliação de desempenho docente e estatuto da carreira docente. A avaliação deste ME, avaliará ainda alguma coisa? E a carreira docente deste ME, será ainda decente?!
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