sexta-feira, 29 de junho de 2007
Afinal... era simples!
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Exame de História – de “dragão” para “tigre”!


Numa altura em que a dignidade profissional dos professores foi tomada de assalto pelo ME, talvez não fosse má ideia não cometer erros destes, justamente por profissionais que trabalham no próprio ME! Ou esses também estarão perdidos?!
E o caso é grave: trata-se de uma prova de exame elaborado pelo ME, o que transmite uma ideia de incompetência, e, além disso, são erros que podem ter confundido milhares de estudantes que se esforçaram para serem avaliados numa prova tão exigente, como é um exame final, e cujos resultados obtidos servirão para concorrer ao ensino superior!
A arbitrariedade, o relativismo completamente infundado e a incoerência imperam, finalmente, nos responsáveis, quando não foram capazes sequer de assumir o erro, ao contrário do que foi feito com uma questão do exame de Física e Química do 12.º ano, que, por conter um erro que não permitia resolver adequadamente a questão foi, muito acertadamente, anulada!
É caso para perguntar que população está a ganhar, e o que está a ganhar, com esta equipa ministerial!
A tentação do controlo ou o “Big Brother” à espreita!

Talvez não fosse má ideia reler um pequeno excerto da obra “1984”, onde George Orwell (pseudónimo de Eric Blair, 1903-1950) põe a nu, numa sátira terrífica, o terror do poder político totalitário (mesmo antes de Hannah Arendt o ter feito), que, justamente através do poder manipulatório da linguagem, da informação, da comunicação social, pode exercer sobre o indivíduo um poder avassalador, sugando-lhe toda a liberdade.
«Lá em baixo, na rua, o vento sacudia o cartaz descolado e a palavra SOCING aparecia e desaparecia caprichosamente. SOCING. Os princípios sagrados do SOCING. Novilíngua, duplopensar, a mutabilidade do passado. Winston sentiu-se como se errasse pelas florestas do fundo do mar, perdido num mundo em que o monstro era ele próprio. Estava só. O passado estava morto, o futuro afigurava-se inimaginável. Que certeza podia ter que de que um único ser humano hoje vivo estivesse do seu lado? E como saber se o domínio do Partido não duraria para sempre? Á guisa de resposta, vieram-lhe ao espírito as três palavras de ordem inscritas na fachada branca do Ministério da Verdade:
GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA.
Tirou do bolso uma moeda de vinte e cinco cêntimos. Também aí, em pequenas letras nítidas, estavam inscritas as mesmas palavras de ordem e, na outra face, a efígie do Big Brother. Até na moeda os olhos perseguiam uma pessoa. Nas moedas, nos selos, nas capas dos livros, no invólucro dos maços de cigarros – em toda a parte. Sempre aqueles olhos a fitar-nos e aquela voz a envolver-nos. Na vigília ou no sono, a trabalhar ou a comer, em casa ou na rua, no banho ou na cama – não havia fuga possível. Nada nos pertencia, excepto os poucos centímetros cúbicos dentro da nossa cabeça.»
(George Orwell, 1984, Lisboa, Antígona, 1999, 3.ª edição, p. 32)
A boa literatura pode ser de uma clarividência arrebatadoramente reveladora!

quarta-feira, 20 de junho de 2007
Os pontos nos iis... no “insino” e na “iducação” em Portugal!

Mas não, o intuito é outro: trata-se da saga do Ministério da Educação (e das finanças!) contra os professores... que continua – agora são os professores de matemática (os únicos!) responsáveis pelo mau desempenho dos alunos; e a Associação de Professores de Matemática... que se vão embora (veja-se aqui e aqui), não os queremos cá para criticar a nossa política educativa, até porque de Ensino da Matemática nada percebem, claro, e, portanto, com nada de bom podem contribuir para resolver este flagelo nacional!
1. O insucesso escolar é elevado e o nível de desempenho escolar dos nossos alunos é, em geral, mau.
2. Há que conceder que uma das razões tem que ver com o desempenho de alguns maus professores, que se encontram no sistema, que ensinarão mal e avaliarão pior.
3. Mas esta não é certamente a única causa: não se pode escamotear a profunda desmotivação para o saber e as várias (por vezes, grosseiras) indisciplinas, que afectam muitos alunos, bem como o alheamento e ou impreparação larvar para a cabal (e hoje bastante exigente) orientação educativa, que afecta os pais e encarregados de educação de muitos alunos.
Soluções?! Julgo que se deve conceder que uma das soluções para obviar ao fraco desempenho de alguns professores passa pela revisão do Estatuto da Carreira Docente, designadamente ao nível do sistema de avaliação. O que existia penso que era um convite ao laxismo, desresponsabilização e outros vícios, que, aliás, afectam outros funcionários do Estado português, bem como era profundamente injusto ao premiar praticamente por igual aqueles que responsável e seriamente se empenhavam como os que o não faziam! No entanto, esta reforma – designadamente ao nível do sistema de avaliação de desempenho – não é perfeita. Talvez tenha ficado aquém do desejável! E para que os professores passassem a ensinar melhor era necessário também que os programas passassem a incluir verdadeiramente (muitas vezes) o verdadeiro saber actual e as (des)orientações pedagógicas que o Ministério tenta impor (há décadas), permitissem um ensino exigente e, concomitantemente, uma avaliação rigorosa e justa para todos.
Mas as causas que envolvem os próprios alunos e, sobretudo, os pais e encarregados de educação ficam por atacar. É mais fácil (e dará mais votos?!) gerar um clima negativo face aos professores, colocando nas suas mãos não só as únicas causas, mas também as únicas soluções possíveis para os problemas educativos, do que projectar uma efectiva solução abrangente, que passará, necessariamente, por uma alteração da atitude, não só de muitos professores, mas também de muitos pais e encarregados de educação face ao saber, à qualificação e à excelência como meios necessários para uma vida melhor.
E depois não se vê muito bem como é que uma atitude persecutória, autoritarista e, por vezes, mesmo desrespeitadora das qualidades intelectuais, dos conhecimentos científicos e pedagógicos de muitos professores e da sua transcendente função pública, por parte do Ministério da Educação, resolverá o problema – com certeza real – do fraco desempenho docente de alguns professores.
E também é parte do problema – e não da solução – o facto do congelamento ininterrupto das carreiras ser profundamente injusto para tantos profissionais empenhados, motivados (tanto quanto as circunstâncias adversas o permitem!) e qualificados, que olham, por exemplo, para os salários principescos de tantos gestores públicos e... se sentem, claro, com inesgotáveis forças para vencer este desígnio nacional, que é permitir às crianças e jovens uma vida melhor – mais culta, capaz e económica e socialmente digna!
Em suma: há professores que podem e devem fazer melhor; mas esta forma pouco democrata de comunicar com eles não só não vai resolver como poderá até agravar os problemas, o que seria, nesta altura, um erro político talvez irremediável. E quando parece cada vez mais difícil interferir na atitude dos alunos e dos pais face à sua educabilidade, tanto mais importante se revela o papel do professor a quem se pede um esforço complementar e que, por isso, deveria logicamente ser merecedor de todo o mais elevado respeito.
Talvez não tivesse sido má ideia ganhar os professores... e aí sim, não perderíamos ninguém! Mas, ao invés da união colectiva e algum espírito comunitário em torno de um desígnio nacional da maior importância, foi a velha atitude portuguesinha do bota-abaixo, do ressentimento, do pessimismo e da perseguição direccionada, que, mais uma vez, se impôs!
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Examinar

terça-feira, 12 de junho de 2007
O paradoxo do ovo e da galinha

O paradoxo do ovo e da galinha consiste nisto: a galinha nasce do ovo, mas o ovo é posto por uma galinha – ovo ou galinha, o que apareceu primeiro? Plutarco (c.46-c.120) terá sido o primeiro a mencionar este paradoxo.
Aristóteles (c.384/3-322 a.C.) acreditava que as espécies sempre existiram e que, portanto, não tiveram um começo – se esta perspectiva fosse verdadeira, nem ovo nem galinha teria surgido primeiro!
Mas a Biologia moderna mostra-nos que isto é falso. Mesmo apesar do conceito de “espécie” estar hoje em dia a ser alvo de críticas e haja mesmo quem negue inclusivamente a sua existência, uma das respostas que ganhou adeptos na comunidade científica coloca e ovo primeiro: um organismo particular não pode mudar a sua espécie durante a sua vida; a mudança provém de uma mutação quando dois organismos (de uma espécie diferente da galinha) fazem criação, produzindo um ovo de galinha; o ovo precede a galinha, que nasceu dele; logo, o ovo apareceu primeiro. Neste caso, não interessa quem são os pais deste ovo de galinha primordial, pois essa espécie não continuou no ovo, uma vez que se deu uma mutação e o seu material genético determina a natureza da sua descendência – se é um ovo de galinha, então será uma galinha que dele nascerá.
Outra resposta para o paradoxo diz que sem galinha não há ovo! Embora o zigoto resulte de macho e fêmea, o ovo circundante provém apenas da galinha; só uma galinha pode pôr um ovo de galinha; logo, a galinha vem primeiro. Nesta perspectiva, presumivelmente, terá havido uma mutação que deu origem a um zigoto de galinha (como passageiro embrionário), enquanto se encontrava no interior de um ovo que não era de galinha. Quando essa galinha for pôr ovos, porá um ovo de galinha, mas a galinha veio primeiro.
Referências:
David Waller, “The chiken and her egg”, Mind 1998, vol. 107.
Roy Sorensen, A Brief History of the Paradox, Oxford, OUP 2003, p.11.
Michael Clark, Paradoxes from A to Z, London, Routledge 2007, second edition.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Afinal... todos fazem humor!
terça-feira, 5 de junho de 2007

Leituras...

segunda-feira, 4 de junho de 2007
Serralves em festa... para um museu vivo e aberto!

Pode sempre levantar-se a questão de saber até que ponto todo aquele público voltará, com mais disponibilidade, para, noutras circunstâncias, contemplar efectivamente as obras de arte que ali estão e por ali vão passando. O poeta mítico da Trácia, Museu, tinha um papel na mitologia grega de guia iniciático aos mistérios; é claro que nem todos estariam em condições de serem iniciados aos mistérios e à seita órfica! Mas é certo também que esta inspiração onomástica nos pode fazer repensar o papel dos museus, no que toca à relação com o grande público: até que ponto não poderão/deverão ter um papel iniciático, agora mais democrático, à arte e à cultura. Entre um museu fechado de uma elite, natural mas não necessária, e um museu aberto a múltiplos possíveis públicos, é inteligente optar por este último, gerido com abertura, embora sem perder a contida qualidade do espaço de cultura viva, como é o caso de Serralves.
sexta-feira, 1 de junho de 2007

A característica antropológica mais importante da puerilidade é, certamente, a carência: alimentar, afectiva, securizante, educativa e cultural.
No melhor dos mundos, em que as cartas dos direitos humanos e da criança estão redigidas, sobra ainda um espaço imenso de mal fundamental, bárbaro, simiesco e entrópico, que é o que atinge as crianças, sob a forma de fome, exploração laboral, ignorância e de uma pluralidade brutal de maus tratos, incluindo molestação sexual... sobretudo por esse terceiro mundo fora, algo perdido e com certeza esquecido.
terça-feira, 29 de maio de 2007
Avaliar

Avaliar é um verbo medonho! Principalmente, para quem possui um baixo auto-conceito, fraca auto-estima e padece de apraxia e fobia do esforço e excelência. E, sobretudo, no que toca à hetero-avaliação: a observação sistemática e lancinante do outro hierarquicamente superior... Mas a avaliação de desempenho é fundamental, designadamente nas instituições de serviço público, sobretudo num país em que reinam aquelas patologias! Mas, curá-las é melhorar as instituições, mas também -- e talvez mais importante -- as próprias pessoas!!
Contudo, para que a avaliação seja justa e satisfaça as suas finalidades -- aumentar a qualidade do desempenho funcional e pessoal -- é imprescindível satisfazer duas condições gerais:
1. estar baseada em critérios rigorosos, amplos e claros;
2. ser exercida por pessoas idóneas, imbuídas de espírito de serviço e orientadas pela boa vontade.
No que respeita, por exemplo, à avaliação de desempenho dos professores do ensino básico e secundário, agora alterado pelo novo estatuto, talvez não estejam acauteladas integralmente as duas condições anteriores:
1. Avaliar o desempenho docente é avaliar também os conhecimentos científicos continuadamente aprofundados ao longo da carreira; o presente estatuto procura avaliar a dimensão pedagógica e institucional, mas esquece este critério importantíssimo.
2. Quanto às virtudes morais das estruturas avaliadoras, é de todo indispensável assegurar a probidade das tomadas de decisão e acautelar efectivamente o respectivo recurso da decisão, sob pena de colocar em causa a segunda das condições enunciadas e, assim, deitar a perder uma boa oportunidade de rejuvenescimento qualitativo e estatutário da mestria de ensinar!
terça-feira, 22 de maio de 2007
«Perdi os professores, mas ganhei a população»... e ESTAMOS mesmo a começar a perdê-los!

Introdução à Banda Desenhada

Os dois primeiros álbuns foram polémicos: “Tintim no país dos Sovietes” retrata as atrocidades políticas da União Soviética, no traço monocromático algo exagerado de Hergé; “Tintim no Congo”, sobre a colónia belga, com todos os preconceitos colonialistas belgas e todo o paternalismo europeu da época.

Mas Hergé veio a retratar-se, corrigindo mais tarde esses excessos de juventude. Tornou-se um perfeccionista, pesquisando e documentando cuidadosamente os seus álbuns geográfica, política, tecnológica e culturalmente ricos. Desde então, o adolescente/jovem adulto e a sua


Desde 1929, que Hergé foi construindo, sobretudo com Tintim, um autêntico curso introdutório à

Numa era de luta contra as iliteracias, Les Aventures de Tintin podem muito bem ser um apetitoso guia introdutório dos jovens (dos 7 aos 77?!) à História do Séc. XX e até também à Geografia e Antropologia Cultural!
sábado, 19 de maio de 2007
Linguagem jocosa versus liberdade de expressão ou... não se dê razão aos defensores da censura!
O subtil desrespeito pela separação de poderes

A finalidade de Montesquieu era salvaguardar a liberdade política – «o direito de fazer aquilo que as leis permitem» –, o que só é possível quando os «súbditos» pressentem tranquilamente a sua segurança. E mais: a separação de poderes, para além de condição sine qua non da segurança dos súbditos, é também condição de verdadeira eficiência de um governo convenientemente construído e regulado.
Esta teoria contribuiu para o desenvolvimento das formas de governo democrático e desempenhou um importante papel nos Estados Unidos e em muitos outros países ocidentais modernos.
A saída de Rui Pereira do Tribunal Constitucional, cerca de dois meses depois de ter sido nomeado pelo PS, a convite do P.M. José Sócrates, para ocupar o lugar deixado vago no governo por António Costa, tem sido amplamente criticado por constituir uma banalização da importância superior do T.C., já que aquele eminente jurista jurou, sob compromisso de honra, desempenhar as superiores funções nos próximos 9 anos. E, de repente... afinal não parece ser assim uma função tão importante quanto isso, que se não possa largar dois meses depois!
E o contra-argumento avançado – segundo o qual António Costa seria a salvação urgentíssima para Lisboa e a sua candidatura seria inclusivamente boa para o país – não parece bom: a escolha de António Costa é mais directamente benéfico para os interesses eleitoralistas do Partido Socialista, do que para Lisboa ou para o país!
Mas Paulo Rangel (o autor de “o” discurso verdadeiramente revitalizador do que realmente importa revitalizar agora do 25 de Abril!) leva a sua crítica mais longe: não só se tratou de uma leviandade ético-política de José Sócrates ao formular o convite, bem como de Rui Pereira ao aceitá-lo, mas foi um claro desrespeito institucional por um pilar central da democracia, que é a separação de poderes – o PM, ao formular um convite destes, estaria de certa maneira a extravasar os seus poderes (executivos), ao dispor de um alto magistrado do T.C., menosprezando ou mesmo, de certa forma, esvaziando, ainda que subtilmente, os seus autónomos poderes (judiciais).
A crítica pode ser subtil, mas o desrespeito em causa também o é! E passar desapercebido, seria, no mínimo, uma falha imperdoável da acção política fiscalizadora, da responsabilidade da oposição democrática. O importante é que este subtil desrespeito institucional vem demonstrar, mais uma vez, uma certa falta de sensibilidade ético-política, que tem ensombrado o estilo governativo do P.M.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Os excessos populistas dos media no caso Madeleine

terça-feira, 15 de maio de 2007
Congratulations! Uma Universidade portuguesa no topo...

A excepção está, felizmente, criada. Quando um dos temas de relevância política actual no nosso país é, sem dúvida, a qualidade de ensino das instituições universitárias, em geral, mas sobretudo privadas, é benvinda a comparação com outras universidades por esse mundo fora. (Repare-se como o ranking mostra que a China tem uma escola de gestão classificada junto da nossa Católica, mas mais acima temos duas espanholas, 2.º e 33.º, uma argentina, 16.º, e outra brasileira, em 42.º!)
Isto dos rankings é muito aborrecido. Coloca-nos perante os outros e descobre as nossas limitações, quer em termos de competência quer de empenhamento. Mas a comparação, sendo bem efectuada, tem a benfazeja virtualidade de nos colocar competitivamente ao "lado" dos outros, exibindo a necessidade, mas também a possibilidade e motivação de almejar o melhor.
No contexto sócio-cultural e económico do nosso país, não é mesmo má ideia querer ser e fazer melhor!
segunda-feira, 14 de maio de 2007

Leituras...

As grandes virtualidades desta obra de leitura fácil e agradável consistem na rara capacidade de mostrar, muito simplesmente, que a organização liberal do estado, por um lado, e o esforço individual, por outro, se apresentam como dois factores fulcrais da mudança para o sucesso.
Por outro lado, ler esta obra faz-nos pensar como a motivação para a aprendizagem efectiva de conhecimentos e competências pode depender, em larga medida, de circunstâncias sócio-económicas iniciais de alguma adversidade, dada a vital necessidade de aprender, com esforço, para ascender, quando não para sobreviver. Se algumas universidades são autênticos hotéis de luxo (chegam a ostentar campos de golfe!), o esforço aí despendido para obter sucesso através do conhecimento e competência é o mesmo que se pode encontrar também nas inúmeras escolas de piso térreo, sem mesas nem cadeiras, a que as crianças acedem depois de percorrerem alguns quilómetros de bicicleta, cenário disseminado pelo vasto continente indiano.
Talvez o nosso país, na fase de desenvolvimento em que se encontra, tivesse muito a aprender com a atitude altamente positiva dos indianos, cujas crianças parecem estar minimamente bem orientadas e motivadas para lutar efectivamente por uma vida melhor. Isto, claro está, se muitos de entre nós se dessem ao trabalho de procurar aprender verdadeiramente alguma coisa!
(Ah, sim, claro: quem não quer ser como os finlandeses – que coisa horrorosa! – muito menos se quererá assemelhar a esses indianos!!)
P.S. (duas curiosidades):
1. Num estudo internacional recente, a Índia “colocava” duas Universidades nas cem melhores Universidades de Ciências Sociais do Mundo, enquanto que Portugal... nenhuma!
2. A indústria cinematográfica indiana (já com uma longa tradição) já produz mais filmes do que... Hollywood!
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Madeleine and the State

quarta-feira, 9 de maio de 2007
PROIBIDO FUMAR... online!!

Claro que é perfeitamente óbvio que se não deve fumar em locais fechados, onde os não fumadores tenham obrigatoriamente que permanecer, como locais de trabalho ou outros espaços públicos fechados. É perfeitamente óbvio que as escolas devem ter regras restritivas. Mas, como (livre) não fumador -- e que tantas vezes tenho sido vítima da desorganização incompreensível da nossa sociedade, onde se fuma em quase todo o lado -- considero, no entanto, completamente desequilibrada, atabalhoada e chega mesmo a ser ridícula (só faltava proibir fumar... online!!) esta proposta de lei do governo. (O mesmo Ministro que, face ao já preocupante problema da obesidade, defende que se não deve proibir, por exemplo nas escolas, a venda de produtos alimentares nocivos, propõe uma proibição avassaladora do acto de fumar!)
Mas pior do que ridícula e desequilibrada, esta proposta é reveladora de um certo tique autoritarista e atentatório das liberdades individuais, que este governo começa a revelar (e que se enquadra no seu esquizofrenismo ideológico, que tanto liberaliza como proibe sem qualquer coerência!), fazendo lembrar um certo estado esclerozado e totalitarista de outros tempos ou lugares... embora desejando ser liberal.
Por paradoxal que pareça, quase há lugar a dizer "deixem-nos ser... fumadores!"
terça-feira, 8 de maio de 2007
Política... entre o pior e o melhor!


segunda-feira, 7 de maio de 2007
Cada um a tratar dos seus!

quinta-feira, 3 de maio de 2007
Educação e as novas oportunidade de... formação!
A finalidade do ensino é o próprio aluno (quando se ensina filosofia trata-se o aluno como um fim – a teoria e os argumentos filosóficos ensinados são para ele aprender tais teorias e argumentos, mas também a pensar sobre questões fundamentais para o ser humano). A finalidade da formação, diferentemente, é a função social – é o futuro enfermeiro ou médico que importa (quando se forma um enfermeiro não se espera que inove, que contribua para aumentar o conhecimento, mas apenas que cuide do doente o mais eficazmente possível).
Sendo diferentes os três sinónimos de educação têm, porém, a uni-los um quarto termo – aprender –, que lhes acrescenta algo fundamental: quem aprende, seja canoagem seja matemática, aprende sempre também a tornar-se melhor. Tornar-se melhor significa desenvolver as potencialidades do ser humano que cada um em si comporta.
Tudo o que a humanidade conquistou através dos milénios é cultural, não natural, isto é, não se transmite hereditariamente, mas através da educação. Isso faz dela um processo ou conjunto de procedimentos que permitem a qualquer criança aceder progressivamente à cultura. E isto é fundamental, pois o acesso à cultura é o que distingue o homem do animal.
Ora, o que o pacote de medidas proposta pelo governo – designado “novas oportunidades” – apresenta é uma concepção pouco rigorosa de educação, quando pretende resolver o problema da educação (leia-se: do ensino e da formação) através de medidas que resolverão apenas a questão da formação. Como medidas para incrementar a formação, são desejáveis. Mas faz passar a ideia, errada, de que a educação é um meio (formativo) e não um fim em si mesmo (instrutivo).
E quando se olha para os números e se vê que está a aumentar o número de pessoas com o ensino básico, através da certificação de competências adquiridas com a experiência profissional ao longo da vida, percebe-se a confusão: a formação (adquirida por experiência – nada a dizer) transforma-se, artificiosa e enganadoramente, em instrução!
Seria necessário fazer passar a ideia de que, além da formação ser importante (que o é) para a integração do indivíduo na sociedade (designadamente, para prover a satisfação de necessidades económicas), a instrução é também fulcral, desta feita para algo mais originário e substancial – ser humano, permitir a cada um realizar a sua natureza no seio de uma cultura que seja verdadeiramente humana.
Seria preciso encarar corajosa e inteligentemente a educação enquanto instrução, como problema a merecer resolução política. Seria preciso, além de certificar competências, persuadir para a efectiva instrução ao longo da vida. E será determinante, isso sim, a intervenção junto, não só dos jovens, mas também das famílias que os orientam, no sentido de motivar para a instrução – a verdadeira e mais originária forma de ser verdadeiramente humano!

A própria economia, como se sabe hoje, iria beneficiar desse valor acrescentado, que é uma educação integral.
Será utópico, mas é apenas esta utopia que resgata a educação dos perigos, quer do esvaziamento total (já estivemos mais longe!), quer do endoutrinamento (que poderá acontecer na transformação da educação em... mera formação!).
quarta-feira, 2 de maio de 2007
A decadência do Norte e a última luz de esperança ao fundo... da Europa!
1. Continuado desinteresse do poder central e consequente desinvestimento público suficiente para atenuar as assimetrias regionais (o actual fecho de serviços públicos é mais uma prova disso);

3. Eclipse de figuras políticas de proa, provenientes da região e defensoras dos seus interesses, e consequente perda de influência política em Lisboa.
4. Parco e pouco generalizado desenvolvimento humano, ao nível da formação académica e profissional.
5. Fraco poder de iniciativa política, cultural, económica da sociedade civil.
Solução? Talvez, porque não, adiantar o seguinte:
1. Continuar a apostar no empreendedorismo (de alguns empresários);
2. Exigir representantes políticos (e políticas) verdadeiramente empenhados na resolução séria de problemas estruturais;
3. E... vêm aí os últimos fundos europeus de investimento estratégico. Devem ser, desesperadamente, aproveitados.
Mas reunirão, decisivamente, os nortenhos (políticos e sociedade civil) as capacidades anímicas, formativas, empreendedoras, éticas para os aplicar, desta vez e finalmente, num verdadeiro salto para a frente?
Quero crer que sim. Mas, cuidado: a esperança não pode vir só dos "fundos" da Europa! A nota decisiva provirá do incremento das potencialidades pessoais de cada um e do esforço de alteração de mentalidades refractárias às mudanças em curso no mundo da vida de bem estar.